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Manaus, a capital da Amazónia
O barco atracou no porto de Manaus pelas 5 da manhã mas como tínhamos um camarote só para nós decidimos ficar a dormir até um pouco mais tarde. Quando nos despachámos e saímos do nosso quarto já o barco estava deserto. Perfeito, saímos com a tranquilidade que nos caracteriza e fomos caminhando pelas ruas da capital à procura de alojamento. A cidade é grande, desenvolvida e um pouco caótica. A baixa da cidade estava inundada devido à subida do rio Amazonas, provocada pelas recentes chuvas tropicais, pelo que se tinha que andar em cima de pequenas tábua de madeira. Mas o pior era o calor e a humidade que se fazia sentir. Já era difícil respirar, caminhar então tornava-se bastante complicado. Aqui fizemos o habitual nas grande cidades, ou seja, passear pelas suas ruas, praças e estabelecimentos. Visitámos a praia fluvial de Ponta Negra e os animais da Amazónia no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS, o exercito brasileiro especializado para a defesa e protecção desta floresta).
Feita a visita a Manaus estávamos preparados para seguir viagem até à Venezuela, bom, não tão preparados como devíamos realmente estar! Quando chegámos à estação dos autocarros foi-nos recusado embarcar rumo à Venezuela por não termos a vacina contra a febre amarela válida! Enfim, sorte a nossa que foi em dia do concerto da Orquesta Filarmónica de Manaus na opulenta sala do Teatro Amazonas. Este pequeno atraso que se previa de 10 dias, acabaram por ser apenas 2. Digamos que entrámos bem nos esquemas da Venezuela ainda antes de lá termos chegado.
Belém e o Rio Amazonas
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Belém e o Rio Amazonas
A cidade de Belém foi o nosso ponto de partida para a viagem até à floresta Amazónia. Pouco tínhamos planeado fazer nesta grande cidade que não envolvesse os preparativos para os dias no barco que nos iria levar até Manaus. Assim, na mesma manhã que o nosso autocarro chegou de São Luís, nós arranjamos alojamento, comprámos os bilhetes de barco e orientámos uma rede para dormir (oferta de umas viajantes argentinas). Agora só tínhamos que esperar 2 dias até o barco partir e, sendo Belém a capital do estado do Pará, não faltaram mercados, esplanadas, jardins, museus, prédios coloniais e lojas de “atacado” para nos manterem entretidos. De Belém destacamos a “cachaça” mais forte que já provámos (e que não recomendamos!)
O Rio Amazonas não precisa de apresentação e, de um modo ou de outro, todos ouvimos falar dele e da floresta que atravessa. Para muitos o que atraí são as paisagens únicas e para outros é a biodiversidade que alberga. Para nós, além disto, era também o dia-a-dia das populações que dependem directamente do maior rio do mundo. Posto isto, decidimos conhecer a “etapa final” do rio amazonas, de Belém a Manaus, navegando no ferry local durante 6 dias ininterruptos. É de longe uma experiência única mas, em grande parte do tempo, também repetitiva e, mais para os passageiros económicos, desconfortável. Para nós foi um pouco diferente. Tivemos a sorte de termos reclamado, junto da proprietária do barco, que tínhamos sido enganados na compra do nosso bilhete. Por surpresa nossa fomos compensados com um camarote com casa de banho privada, ar-condicionado e frigorífico. A viagem, que supostamente iria ser feita a dormir ao relento, em rede, junto com mais de quatro centenas de brasileiros e com o mínimo de necessidades básicas possíveis, foi feita com todos os confortos existentes. Os nossos dias no barco eram passados a apreciar as paisagens que o rio amazonas nos proporcionava, a ler livros, beber cerveja fresquinha e descansar no nosso quarto com ar condicionado
Durante o percurso de 1650km, desde o oceano atlântico até à capital do estado da Amazona, visitámos as vilas de Almeirim, Monte Alegre, Óbitos, Santarém, Silves e outras com nomes menos portugueses.
São Luís, Barreirinhas e Caburé
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São Luís, Barreirinhas e Caburé
O programa era ir rumo ao sul do Rio de Janeiro até Buenos Aires, sempre ao longo da costa. No entanto, devido às temperaturas estarem a descer no hemisfério sul, optámos por fazer o trajecto ao contrário e voar até São Luís, no estado do Maranhão. Considerada a capital do reggae no Brasil, o centro de São Luís está repleto de edifícios listados como Património Mundial da Unesco. A visita foi curta, mas possibilitou-nos passear pelas ruas de pedra da calçada, visitar o mercado e fotografar as suas igrejas e prédios coloniais.
O principal objectivo de visitar este estado do Brasil era para visitar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Foram 7 horas de autocarro (muito bom, por sinal!) de São Luís até à cidade de Barreirinhas, que fica às portas dos Lençóis Maranhenses. A cidade em si não tem nada de interessante, apesar de ser agradável passear e beber uma cervejinha nos quiosques à beira rio. Quanto aos arredores a conversa é outra.
Para visitar as intermináveis dunas de areia branca e os lagos de água azul turquesa que formam-se com as águas da chuva tem-se duas alternativas: ou se faz de avioneta (o que sai caro), ou de jeep (o que é menos caro). O passeio de jeep de Barreirinhas até ao inicio dos Lenços Maranhenses é feito por trilhos de areia solta, passando por vegetação tropical e por dispersas aldeias aparentemente isoladas. Os Lençóis vão muito para além do que a vista pode alçancar (são mais de 1500 km2 de dunas) pelo que, tradicionalmente, só se visita uma ínfima parte deles. Mas o que se visita é lindo. Daqui saímos com as nossas fotos postais e com um dia muito bem passado.
De volta em Barreirinhas ouvimos falar de umas praias muito bonitas que ficam a cerca de uma hora de barco (ou a duas de jeep) e, já que aqui estávamos, fomos lá dar uma espreitadela. É difícil descrever o que encontrámos. Caburé é uma língua de areia branca que separa o oceano atlântico de um (quase) lago formado pelas águas do rio preguiça. Só a viagem em si é um highlight, ficar na Pousada do Paulo, em cima da praia e a comer os seus petiscos enquanto se observa o sol a desaparecer por detrás das dunas é priceless.
A viagem de regresso foi feita de barco, sempre ao longo do rio preguiça e da sua densa vegetação.
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa!
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Rio de Janeiro, cidade maravilhosa!
A ideia era escrever esta frase no fim, principalmente para não criar falsas expectativas, mas com toda a confiança podemos começar por dizer que…O RIO DE JANEIRO É BRUTALLLL!!!!.
Custa dizer que é melhor que Lisboa, mas admiti-lo é fácil. É inegavelmente bonita e feita para os habitantes. As praias, a lagoa, ruas, lojas, teatros, museus, bares, restaurantes, esplanadas, quiosques, áreas de lazer, jardins e marginais pedestres, os transportes (que nós achámos fáceis), a comida, bebida, sumos, petiscos, pastéis, mercados e feiras, miradouros e prédios …enfim, não há nada de que não tenhamos adorado. Mas claro, nem tudo é perfeito.
Após a longa viagem de avião que começou em Johannesburg (via São Paulo e Belo Horizonte) começamos a América do Sul a discutir. Não entre nós, mas com os responsáveis por as nossas malas estarem desaparecidas. Já pela noite dentro e sem os nossos mochilões seguimos com o plano: apanhar o táxi para o bairro do Leblon onde iríamos ficar hospedados em casa do Luís. A Ana nunca tinha visto o Luís e o Dinis tinha estado com ele durante umas cervejas numa noite em Macau. Ele naquela altura estava a fazer uma viagem semelhante à nossa e ficou em nossa casa, por azar, durante um fim-de-semana grande que tínhamos planeado passar fora com visitas. O combinado era ficar 2 dias, tirar a foto postal no Corvovado, comer num rodízio, beber umas cervejas e seguir viagem rumo a Santa Catarina. O resultado não foi bem este, e muito por culpa dos nossos anfitriões (o Luís Guedes e o Luís Bessa).
Foram 7 dias que pareceram 2. Deu para tudo, até para uma sardinhada no restaurante do Sr. Carlos com direito a música popular portuguesa. Foi a cidade que mais aproveitámos até ao momento. Passeámos pelas praias do Leblon, de Ipanema e Copacabana, pela marginal ao domingo (quando a cortam ao transito) e ao longo do lago Rodrigo de Freitas, abastecemos-nos de livros em português (-brasileiro) para a viagem, fomos ao teatro no antigo palácio da justiça, assistimos ao tradicional samba no bairro de Pedra do Sal, curtimos à noite no bairro de Santa Teresa e visitámos os restantes tradicionais e obrigatórios pontos turísticos da cidade. Os dias no Rio de Janeiro foram espectaculares, e por tal muito agradecemos aos Luíses e à Amanda.
Quanto às malas, elas aparecem ao fim de 2 dias e tristemente sem o peso de uma pequena maquina digital, dois ipods e dois baralhos de cartas (quem é que rouba baralhos de cartas!!!!).